Comecei a frequentar aquele café em meados de 2010. Era um lugar agradável com uns belos lanches e o melhor café dos arredores da universidade, além do que, tinha ótimos livros à venda. Passava por lá pelo menos umas duas vezes por semana, havia virado cliente.
Um dia, a tarde havia acabado de começar, eu fui no balcão fazer meu pedido e conversei com Thais, uma das donas do lugar, tinha um lindo par de alargadores e um cabelo curto penteado de modo desleixado que juntos me davam 2 conclusões, a primeira, ela era linda e a segunda, era lésbica. Pedi um café expresso médio e um pedaço de pizza, fui sentar numa das mesas, o lugar tinha umas cadeiras acolchoadas extremamente confortáveis e do lugar em que estava podia-se ver uma prateleira com uns livros do Bukowski e outros de Graciliano Ramos.
Meu pedido chega e quem o traz é uma nova e interessante garçonete. Ela era magra, muito magra, usava pequenos alargadores em contrabalanço com os seios fartos, alguns poderiam ver nela uma miss que acabou conhecendo crack, tinha a pele bem branca, usava um all-star branco e era mestiça, tinha um pouco de asiática pra dar um tom de mistério enquanto mostrava sua parte brasileira no modo de andar, não que ela rebolasse, mas que quando ela caminhava suas curvas ganhavam um ar mais belo isso era. Tinha um longo cabelo com franja e usava óculos, mas o que mais me chamou a atenção foi o fato de ter várias queimaduras que pareciam ser de cigarros espalhadas pelo braço, e junto delas o que pareciam ser alguns hematomas. Reparei bem no seu braço enquanto ela anotava na minha ficha o pedido, vi além das marcas, um anel vagabundo, na verdade acho que era uma aliança, parecia barata, com um pequeno diamante na ponta, que por sinal parecia bastante ser falso.
Pensei de começo do mesmo modo que sempre penso, primeiro deduzi que ela tem um marido que bate nela, depois que não era assunto meu e não deveria me meter nisso. Não dei muita importância a ela naquele momento, porém, naquela noite ao dormir, aconteceu a pior coisa que pode acontecer pra mim em relação a uma mulher, sonhei com ela, pra mim sonhar com uma mulher é criar uma relação, mesmo que fantasiosa. No meu sonho eu via um homem que era um qualquer sem face batendo nela e queimando-a, e enquanto isso eu tomava uma dose de uísque assistindo a cena e aparentando gostar. Fiquei a pensar na moça por dias, continuei indo até o café e comecei a puxar alguns assuntos com a moça que continuava a andar sempre com hematomas e queimaduras pelo corpo, hora pedia um livro, hora pedia ajuda pra escolher a comida, fazia o que dava pra ela se sentir confortável comigo, até perguntei o nome dela de forma desbaratinada, era Marina, achei lindo.
Os dias foram correndo e meus sonhos (pesadelos na verdade) iam continuando, várias ações e locais diferentes mais eu sempre via ela sofrendo em meus sonhos e não agia, na verdade, sempre aparecia gostando. Eu ia até aquele café e me sentia mal de olhar para aquela linda moça sabendo que ela sofria de violência doméstica e não fazia nada. Um dia não aguentei mais, quando ela trouxe meu café com creme e minha torta de frango com palmito segurei seus braços marcados pelo ódio de um desgraçado, segurei-os com calma, depois passei para as suas mãos e olhei em seus olhos.
-Me fala, quem fez isso com você, eu vejo isso há semanas e não aguento mais! Me mostra onde está o maldito que vive fazendo essas maldades com você.
-Me fala, quem fez isso com você, eu vejo isso há semanas e não aguento mais! Me mostra onde está o maldito que vive fazendo essas maldades com você.
A moça escuta minhas palavras como se já conhecesse toda a conversa, soltou minha mão, olhou de maneira séria para mim durante um tempo.
- Vários já me falaram isso e a única coisa que queriam mesmo era me levar pra cama, você não deve ser diferente. Não existem mais boas pessoas no mundo!
- Não é assim, até te acho bonita, mais como homem não consigo ver que você apanha e não fazer nada pra parar esse filho da puta!
- Bem, se você realmente quer fazer algo, como diz, senhor herói, me encontre na esquina às 7, é a hora que eu saio.
Concordei com ela e assim que terminei minha torta, retirei-me do café deixando-a avisada de que a esperaria, fiquei a tarde toda pensando em como ia ser resolver essa situação e então salvar a moça do maldito marido, pelo menos era o que eu achava.
- Vários já me falaram isso e a única coisa que queriam mesmo era me levar pra cama, você não deve ser diferente. Não existem mais boas pessoas no mundo!
- Não é assim, até te acho bonita, mais como homem não consigo ver que você apanha e não fazer nada pra parar esse filho da puta!
- Bem, se você realmente quer fazer algo, como diz, senhor herói, me encontre na esquina às 7, é a hora que eu saio.
Concordei com ela e assim que terminei minha torta, retirei-me do café deixando-a avisada de que a esperaria, fiquei a tarde toda pensando em como ia ser resolver essa situação e então salvar a moça do maldito marido, pelo menos era o que eu achava.
Como prometi, fui até a esquina quando eram quase sete horas da noite e fiquei a esperar, nesse meio tempo fumei vários cigarros, muitos mais do que estou acostumado. Joguei a bituca no chão e vi ela vindo em minha direção, Marina, a linda mestiça com problemas familiares. Ela estava diferente de todas as vezes que eu a vi, óbvio, estava sem o uniforme do café. Mantinha o all-star branco de sempre, mais estava com meias que subiam suas lindas e finas pernas terminando em um pequeno shorts jeans, uma blusa preta apertada salientando seus seios e até maquiagem.A pequena moça sôfrega estava incrivelmente linda. Não teve outro jeito, me apaixonei.
Ela chega, eu a cumprimento de forma diferente do habitual, dessa vez dei-lhe um beijo no rosto, no seu ambiente de trabalho tinha que ser diferente, mas ali, eu poderia tratá-la como uma pessoa próxima. Entramos no meu carro, ela fala onde fica seu apartamento e após alguns rodeios chegamos. Ela não estava muito comunicativa, mandou que a seguisse e foi subindo alguns lances de escadas, o lugar era horrível, paredes com mofo e descascando que até espantava ela chamar de casa. Chegamos ao terceiro andar, apartamento 302, ela abriu a porta, me chamou para entrar e me apontou o sofá como que mandando, sem nada dizer, que eu me sentasse.
Não tinha mais ninguém na casa, logo, me senti como se estivesse armando uma tocaia. Eu me sentei como ela havia mandado, ela foi para a cozinha e voltou com uma dose de uísque, dá um gole e me dá o copo, eu bebo, ela não fala nada, e eu também não estava achando o que falar.
Então, pela primeira vez desde que chegamos ao apartamento, a misteriosa Marina começa a falar enquanto fica em pé na minha frente.
- Acende um cigarro. Quero fumar.
- Não quer um inteiro?
- Não, gosto de dar uma tragada só e apagar.
- Acende um cigarro. Quero fumar.
- Não quer um inteiro?
- Não, gosto de dar uma tragada só e apagar.
Pego um cigarro no meu maço quase vazio, acendo-o dou um trago e passo para ela, a moça lindamente dá uma forte tragada e enquanto a fumaça sai devagar pela sua boca ela inclina a cabeça levemente para a direita, estende o antebraço esquerdo e apaga nele o cigarro pressionando fortemente enquanto geme baixinho com uma cara de prazer imensurável. Fiquei sem movimentos, só conseguia ficar contemplando a sua cara de tesão ao queimar-se e quando percebi estava excitado. Ela senta no meu colo, puxa um pouco meu cabelo e finalmente faço algo, não com um desgraçado que batia na esposa e sim com uma bela moça que curtia fumar apenas uma tragada de cada cigarro.