Era uma manha de sexta na cidade de Maringá, norte do Paraná, para alguns o fim do mundo para outros o centro dele. Nossa historia começa com Jéssica, ela andava pela rua Osvaldo Cruz, sempre passava pela mesma rua, era uma rua consideravelmente perigosa durante a noite e o começo da manha, mais ela era “das ruas” e não iria ser nenhum drogado que iria fazer ela ficar surpresa. Bem, isso era o que ela pensava. Jéssica, ou Jess para os mais íntimos fazia o tipo “underground”, cabelos repicados maquiagem forte nos olhos 100% do tempo, tatuagem no ombro que só não ficava a mostra quando o frio intenso não permitia, uma coragem estampada na cara, como se o mínimo sinal de ameaça seria suficiente para ela se irritar e socar a cara do primeiro que aparecesse e não duvide de Jess, pois apesar de parecer frágil, ela já fez marmanjos muito maiores que ela caírem na base da porrada. Ela passava naquela rua apenas para ir até a casa do seu “drug dealer” e em seguida para o trabalho, já faziam seis meses que a moça não trabalhava sem mandar uma carreira. Ela ia passando e na rua estava um grupo com cerca de 4 usuários de crack, todos a observam e ela sem medo algum encara todos. Mais nesse grupo temos um indivíduo em especial, Lucas, ele é o outro lado da nossa história, diferente dos outros 3 do grupo que nem seus nomes ditos terão, Lucas olhou com outros olhos para Jess, os olhos de um apaixonado, os olhos de uma drogado apaixonado. Na sua cabeça só passava uma coisa, como aquela mulher tão linda e tão arisca ao mesmo tempo pode passar encará-lo e nem mesmo perceber realmente quem era ele. Agora você se pergunta, reflexão meio profunda para um drogado não? Na verdade não, mais nosso Lucas teve uma vida complicada, filho de comerciantes nunca foi extremamente abastado, porem fome nunca foi algo que ele sentiu. Infelizmente Lucas sempre esteve a procura de agitação em sua vida, então ele apresentou-se ao crack. No começo era uma loucura só, toda a agitação que ele buscava estava ali e sua vida não havia sido afetada em nada, então ele foi apresentado ao vicio e sua vida mudou, não cabe agora contar toda a vida de Lucas, mais ele era inteligente o suficiente para refletir do modo apresentado anteriormente. Ele sabia que a mulher que passava só via nele um “nóia”, via nele somente a mascara suja e mal cheirosa que o vicio deixara presa e que provavelmente nunca sairia.
Mais uma qualidade de Lucas o crack nunca tirou, sua coragem e obstinação. Então ele tomou fôlego e com sua pose de apaixonado foi falar com a moça, ela já havia andado um pouco e ele foi atrás, andou um pouco mais rápido enquanto ensaiava o que dizer para a linda moça de olhar raivoso. Ele foi chegando perto e a chamou de modo delicado:-Ei moça, espere por favor!
Jess não tinha medo dele, na verdade era ele que deveria ter medo dela. Jess começou a andar um pouco mais devagar sem falar nada e quando Lucas chegou perto suficiente ela gira no sentido dele e lhe da um soco em seu rosto falando bem alto:
-Você quer algo? Que tal isso? Hein? Hein!!!?
Lucas totalmente envergonhado grita falando para a moça que não queria assalta-la:
-Não é isso não moça, por favor espere, não quero te machucar!
Jéssica para e olha seriamente para ele, faz um sinal para que ele fale, logo ele começa.
-É que vi a senhorita passando sabe, e sei que isso é ousadia minha, mais achei você muito atraente, sei que não sou grande coisa, mais gostaria de saber se você não gostaria de tomar um café comigo na cantina do Restaurante Universitário.
A moça olhava para ele com grande desdém, ela percebeu que incrivelmente os sentimentos daquele estranho drogado pareciam verdadeiros. Ela pensou em acabar com sua moral mandando-o a merda como fazia com caras que não gostava, mais ela não tinha coração ruim, somente arisco, então vestiu-se num manto de doçura e suavemente deu a melhor resposta que poderia dar:
-Olha, não vou mentir para você, não tenho o mínimo interesse em sair com um “nóia”, você já devia saber disso quando veio até mim, mais devo dizer que não é nada pessoal. A sociedade fez a regra que separa o meu tipo do seu, eu somente sigo essa regra, acostume-se com isso, ou você vira "gente" ou esqueça de um dia ter uma mulher ao seu lado.
-É que vi a senhorita passando sabe, e sei que isso é ousadia minha, mais achei você muito atraente, sei que não sou grande coisa, mais gostaria de saber se você não gostaria de tomar um café comigo na cantina do Restaurante Universitário.
A moça olhava para ele com grande desdém, ela percebeu que incrivelmente os sentimentos daquele estranho drogado pareciam verdadeiros. Ela pensou em acabar com sua moral mandando-o a merda como fazia com caras que não gostava, mais ela não tinha coração ruim, somente arisco, então vestiu-se num manto de doçura e suavemente deu a melhor resposta que poderia dar:
-Olha, não vou mentir para você, não tenho o mínimo interesse em sair com um “nóia”, você já devia saber disso quando veio até mim, mais devo dizer que não é nada pessoal. A sociedade fez a regra que separa o meu tipo do seu, eu somente sigo essa regra, acostume-se com isso, ou você vira "gente" ou esqueça de um dia ter uma mulher ao seu lado.
Jess segue seu caminho sem esperar resposta, porem diferente do que pensava, um "nóia" a surpreendeu e Lucas com sua face ainda dolorida do forte soco da jovem, olha para ela indo embora, pensa em sua resposta e como ela era carregada de preconceito e ao mesmo tempo de uma dura verdade, ninguém que estava naquela rua conseguiu ver, mais na face do nosso drogado escorria uma lagrima. Ele engoliu o choro, voltou para junto de seus companheiros que estavam rindo da situação achando que ele havia apanhado de uma moça por tentar assalta-la e voltou para sua rotina, pegou sua lata amassada, colocou seu crack e acendeu, sustentando seu vicio ele percebeu que nunca haveria outro final para aquela situação. Outros dias ele viu Jess, mais não falou nada, apenas continuava sua “rotina”, adicionando a ela observar a linda moça que lhe dera um duro fora passar.
Esse texto foi feito pensando em uma fonte de visita para o blog: pesquisaram no Google: “um drogado pode se apaixonar”, quando vi pensei na história. Um tanto quanto enfadonha, mais era só para não perder o lampejo da pergunta de alguém por ai que procura saber se nas historias dos drogados algum deles se apaixona.
Esse texto foi feito pensando em uma fonte de visita para o blog: pesquisaram no Google: “um drogado pode se apaixonar”, quando vi pensei na história. Um tanto quanto enfadonha, mais era só para não perder o lampejo da pergunta de alguém por ai que procura saber se nas historias dos drogados algum deles se apaixona.