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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Devaneios reencarnados.

   Um dia, eu conheci uma linda moça, ela era dona de belos olhos claros e um formoso e sedutor cabelo curto e ondulado. Uma perfeita forma de andar, de olhar e de falar, enfim, ela era perfeita em seu modo de agir, sempre associava sua imagem à de mulher ideal, ou o mais próximo disso que possa existir.
    Nesse mesmo dia, me apaixonei por essa moça, mas pelo jeito que falei acima, acho que já era de se esperar. Eu a olhava enquanto ela sorria e isso me fazia feliz, sua pele branca e suas mãos pequenas faziam meus olhos brilharem. Sempre ficava impressionado com o jeito como teimava com tudo e como levantava a mão, apontando-a para mim na altura do rosto, fazendo perguntas. Não sei ao certo, mas parecia que ela havia concluído com louvores no curso “Aprenda a encantar um tolo em 11 passos simples”, pois eu me prendi aquela mulher como um viciado, ela era meu vicio e isso não me parecia ruim.

   Depois de vários dias e encontros, fiquei próximo da moça que venho falando a algum tempo. Conversávamos sobre escrever, sobre paixão (nunca cheguei a contá-la o que sentia, seria certeza de fracasso, pelo menos na época), sobre sonhos, sejam eles oníricos ou não e um dia até combinamos de almoçar juntos, fiquei contente, achava que, pela primeira vez, uma moça pela qual eu havia me apaixonado estava me vendo como um homem a ser considerado, um “bom partido”, eu comecei a achar realmente que iria ser feliz, que teria filhos e uma casa num bairro com vizinhos e um gramado que regaria aos domingos e todas essas coisas que caras que acham a mulher de sua vida pensam. Estava perto, era a hora de falar a ela o que eu sentia.
    Então me preparei, tinha que ser a abordagem perfeita, não queria assustá-la, mas queria que ela soubesse o quanto era importante para mim. Começamos uma conversa, antes que pudesse falar qualquer coisa, ela me começa um monólogo irritante falando-me como reparava nos olhares de afeição de um homem e que queria estar do seu lado e ser importante para ele, obviamente, este homem não era eu. Minha alma doía, sentia meu peito sangrar por dentro e uma tristeza descomunal mastigava-me e digeria-me de modo cruel e demorado.
   Um dia, com uma arma na mão, fiquei a pensar demais numa moça, a que falava até agora. A imagem dela em minha mente castigava-me e sem agüentar puxei o gatilho contra minha própria cabeça. Posso jurar que consegui sentir o cheiro da pólvora enquanto tudo virava escuridão, tanto em meus pensamentos como em minha visão. Engraçado como as coisas são, eu que sou um ateu de marca maior, reencarnei (digo sou, pois tenho certeza que esquecerei tudo o que houve e voltarei a pensar da mesma forma). Renasci como um leve, inocente e frágil garoto do sul, filho de um casal apaixonado. Senti uma forte vontade de chorar, a lógica diz que foi o tapa do médico, eu digo que sofria por ela, ainda. Chorei um pouco, e entremeio alguns soluços fui parar no colo da minha nova mãe, ela parecia ser uma boa mulher, e a ferida que aquela moça deixou em mim, provavelmente sem saber, começou a curar, e eu me via mais calmo.

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Demorei para escrever e não creio que esteja bom, mas estou numa fase nada criativa, então conseguir escrever algo, já está sendo grande coisa.

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