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terça-feira, 28 de junho de 2011

Praxe.


  Paulo era um homem prático, não gostava de brigar, não gostava de subjetividade, também não gostava de salada, mas o último item não vem ao caso. Infelizmente (ou não),ele arranjou uma namorada com o jeito oposto ao seu, ela parecia gostar de brigar, vivia achando coisas onde não existia e ela gostava de salada, mais isso realmente não vem ao caso. Pode parecer que ele só arrumara problemas para si, mas ele também era o tipo que se acomodava com as situações, então ao invés de arranjar outra namorada, que era basicamente fonte de fodas para ele, preferiu aguentar algumas coisas.
    Ele estava bebendo vodca barata com suco de laranja enquanto assistia um filme e ela fazendo as unhas.
   -Paulo, você precisa ficar vendo filmes toda vez que eu venho aqui?
   -Eu não vejo filmes quando você vem aqui, eu vejo filmes com você aqui.
   -Não gosto disso, parece que qualquer coisa é motivo pra você se distanciar de mim.
   -Distanciar? Eu estou aqui do seu lado desde o começo da noite, o que você diz não tem sentido.
   -Não tem sentido, como não tem sentido! Você sempre vem com essa, que que tá acontecendo com você que tá sempre fazendo isso, falando que eu não tenho mais sentido, o que você tá querendo falar com tudo isso?
   -Nada, não estou falando nada, simplesmente não tem por que brigar por uma coisa tão fútil!
   -Eu não acho fútil, na verdade acho que o que você quer é terminar!
   -Não foi o que eu disse, mas acho que você fica trazendo demais pras nossas conversas o tema terminar, você ia gostar se terminasse?
   -Talvez eu goste mesmo da ideia!
   -Então não tem mais nada a se conversar, acabou, vai embora, quero ver o filme.
   -OK! Vou pegar minhas coisas.
   A moça recolhe tudo que é seu do quarto de Paulo, nenhuma lagrima sai dos olhos de nenhum dos dois, ela está brava mas ao mesmo tempo com cara de satisfeita, via-se claramente nela uma pessoa impulsiva. Ele por sua vez estava calmo e chateado ao mesmo tempo, parecia que isso já havia acontecido antes, mas tantas vezes a ponto de nem mexer mais com seus sentimentos, como se cansaço fosse a única coisa que terminar o relacionamento trazia.
    Ela acaba sua busca, pega tudo, escova, aliança, relógio de parede, até mesmo o CD velho do Los Hermanos, e coloca numa sacola de papelão. Vai em direção a porta, Paulo vai atrás, afinal alguém tinha que trancar o portão.
   -Quero um ultimo abraço!
   -Pra que? A gente terminou, não? Então vai embora.
   -Quero um ultimo abraço e também um ultimo beijo!
   -Não é assim, a gente terminou lá na sala, então acabou, sem ultimo abraço, sem ultimo beijo, sem ultima foda, se acabou, acabou!
   A moça olha com certo tom de dúvida para seu namorado ( ou ex-namorado, como preferirem) coloca a sacola, escrito “Triton” ao lado, nas mãos de Paulo, ela parecia até feliz com a situação.
   -A gente não vai terminar, você não vai se livrar tão fácil assim de mim. Coloca as coisas no seu quarto que amanha eu arrumo, vou pra casa terminar as unhas e estudar.
   Ela entra em seu carro, um modelo popular preto, vira a chave e vai-se embora, enquanto ia via-se um sorriso em seu rosto. Paulo entra, joga a sacola em cima da cama, pega mais vodca, dá um arroto e termina de assistir o filme, falava sobre uma moça louca.

sábado, 25 de junho de 2011

Por que vingança não faz nosso estilo (ou faz).



   O jovem Francisco Miranda era um apaixonado, seus olhos sempre brilharam pela pequena Marina, não que ela fosse um esplendor de mulher, na verdade ela estava longe de ser linda para os padrões sociais, era baixa, gorda e sem charme, mas o estudante de história era simplesmente apaixonado, afinal, ele não seguia os padrões sociais. Ela não era exatamente carismática também, parecia que tudo era motivo para xingar, esbravejar e lutar. Chico achava que entendia o porquê, para ele, essa era a forma dela de lutar contra um mundo que sempre a pressionou, que sempre a frustrou e que sempre jogou na cara dela que naquela sociedade ela não tinha valor, talvez isso seja um dos motivos para Francisco se apaixonar.
    Com essa ideia de uma Marina que só está se defendendo do mundo, ele tentava mostrar a ela qualquer coisa em torno de amor, algo que ela parecia nunca ter conhecido, era gentil com a moça, não era gentil com muitas pessoas, podia-se contar nos dedos as pessoas que conheciam gentileza da parte de Chico e sem dúvida a mais privilegiada era a jovem, entretanto, ela não dava valor a isso, seus escudos estavam sempre erguidos, prontos para caso alguém tentasse brincar com ela, ele entendia isso, talvez até melhor que ela, também era mal visto pelo resto do mundo. O jovem sempre tentou de tudo que podia, chamava-a para sair, ela até aceitava, mais ficava fechada em seu casulo de rancor o tempo todo sem dar a mínima brecha para o calor do rapaz, elogiava seu jeito, seu corpo, sua maneira de se vestir, em vão, a moça acreditava que tudo era mentira e que aquilo era pura artimanha para acabar com ela de algum modo.
Chico era apaixonado, mais não era um derrotado, ele sentia o desprezo da moça, tentou ajudá-la, ela não via isso, ele também foi amargurando-se até que se cansou de correr atrás de uma pessoa que não queria ser alcançada e sofrendo a dor do abandono de uma paixão seguiu sua vida. Prometeu para si mesmo nunca mais mover um dedo sequer pela mulher que negara seu amor mesmo não tendo outras opções, negara seu amor pelo simples fato de ser ressecada e amargurada e não querer superar isso. 
***

   Cascavel é uma cidade peculiar no interior do Paraná, todos os bares e baladas ficam na mesma região e isso ao mesmo tempo em que atrai todos os jovens de todos os tipos para um mesmo lugar, também atrai todos que querem algo desses jovens, sendo com boas ou más intenções, até ali também. Chico estava num Pub conhecido nessa região, eram épocas de pindaíba, então tomou uma caneca de Chope e ia indo embora, ia ir a pé, nunca teve carro e ônibus naquela época era um luxo do qual ele não podia dispor, até por que naquele horário não deveria ter nenhuma linha passando.
    Descendo uma rua que dava acesso a uma avenida maior teve uma surpresa, coisa tão articulada que parecia obra de um destino no qual ele nem acreditava. Levou algum tempo para reconhecer, mas teve um choque ao ver Marina, sua paixão, sendo assaltada, era um só homem e desarmado, um “nóia”, como costumam chamar viciados em crack, estava aproveitando a situação de uma moça sozinha na rua, ele batia nela que lutava por seus pertences, o assaltante chamava-a de coisas como “vadia gorda”, “arrombada” e “biscate”, enquanto a jovem abraçando suas coisas caia ao chão. Várias coisas passaram pela cabeça de Francisco, coisas como salvar a moça e levá-la para casa, mostrando-a que a amava com um ato de bravura, ou, deixá-la lá sem nem olhar para trás, afinal prometeu não mover-se para ajudá-la nunca mais, entre outras várias atitudes que não são cabíveis de listagem no momento.
Então tomou sua decisão. Chegou por trás e prendeu o homem com uma "gravata" que tentou sem sucesso se soltar, Chico virou-o na direção do muro ao lado deles e jogou-o batendo sua cabeça contra a parede, após isso deu mais algumas pancadas até o homem sair correndo. Virou-se para a moça, ela chorava um pouco, não o suficiente para abaixar por completo sua armadura, ajudou-a a levantar.
   -Você está bem?
    -Obvio que não, mas obrigada, você meio que me salvou.
    Marina deu um abraço em Chico como se devesse algo a ele, não estava desorientada e queria carinho, estava apenas “pagando” por ter sido salva.
    -Meio? OK.
    Chico percebeu que a moça não tinha mudado desde que havia tomado sua decisão de não correr atrás dela e nem mesmo moveu os braços em torno da moça para retribuir o “pagamento”.
    -Vou indo, foi bom te ver.
    -Como assim vai indo? Vamos de volta pro bar pedir um táxi, mas não antes de bebermos algo juntos!
    Chico encara a moça com olhos de orgulho ferido.
    -Já bebi demais, vou pegar meu carro e ir embora.
    -Carro, não sabia que você tinha carro.
    Com uma cara de que não liga para a moça e já começando a andar Francisco responde.
    -Eu não tenho.
    Percebendo a situação, Marina põe-se a esbravejar contra Chico, perguntando quem ele pensava ser para rejeitá-la, ele por sua vez se mantém firme e continua andando, deixando para trás a moça por quem um dia fora apaixonado. Ele pensa todo o caminho até sua casa se fez o certo, sem atingir uma conclusão, chega em casa, toma um pouco de água e come um pão dormido com manteiga velha, dorme tranquilo e sonha que está voando. 

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Vida


   Tive um sonho, nele eu era um lutador, não um lutador famoso, só um lutador, na verdade acho que em volta de mim haviam vários, talvez milhares, de outros rings com outros milhares de lutadores no mesmo status que eu. Meu adversário era mais alto, mais forte e mais hábil, eu não conseguia ver o rosto dele, não era para eu ver o rosto dele, eu nem sabia por que estava naquele lugar, nem sabia por que lutava, mais sabia que deveria lutar, pois se desistisse, seria o fim.
   Então eu lutava e lutava e quanto mais eu tentava bater no meu inimigo mais ele me batia, eu caía e levantava novamente, a luta não tinha juiz, ela não era justa e ninguém assistia, todos lutavam, ao meu redor via alguns lutadores caindo em nocaute, e quando eles caiam seus adversários sumiam. Encostava-me nas cordas e quando fazia isso podia respirar um pouco e me sentir aliviado, mais a dor dos socos que levava continuava, eu saía das cordas tentava lutar e às vezes até acertava uns socos, não que eles abalassem o homem do outro lado do ring, mas me davam prazer, me faziam acreditar que estava me vingando, me deixavam com mais animo e naquele pequeno espaço de tempo entre dar um soco e levar outros vários, eu era feliz.
   A luta continuou por muito tempo, muito tempo mesmo e apesar de tentar, eu estive constantemente perdendo, minha face estava cheia de marcas, minhas costas, peito e estomago doíam e eu queria parar, mais sabia que se o fizesse, não iria para algum lugar  melhor do que a merda que estava acontecendo. Vi em algum ring dos vários em volta de mim, um lutador jogando a toalha, nessa hora, o adversário sumia enquanto gargalhava, parecendo que havia feito seu trabalho da maneira mais certa, pois creio eu que ganhar apenas amedrontando o inimigo deve ser bem prazeroso, mais qual é o trabalho desses caras com quem estamos todos lutando? Eu tentava descobrir enquanto ficava cada vez mais dolorido e tonto, não queria jogar a toalha, não havia motivo, não havia nada alem daquilo, mais me sentia tentado, muito tentado, mais não consegui.
   Estava chegando ao fim, não estava mais agüentando as bordoadas, cada soco parecia que batia no fundo da minha alma e eu já não conseguia lutar contra, já não dava os meus poucos socos, nem conseguia fugir para as cordas, ele não deixava mais, então eu caí de joelhos e então com um ultimo soco minha cara foi ao chão, dessa vez eu não levantei, enquanto meus olhos iam fechando eu via meu inimigo sumindo no ar, ele não sorria, mas também não estava triste, ele sentia que aquela tinha sido uma luta comum, uma luta sem nada de especial e parecia que já havia feito várias dessas, pensando bem agora, acho que apesar de não ver o rosto dele, tinha um exatamente igual a ele em cada um dos rings, eu conseguia sentir isso e ele sempre era o vencedor, a última coisa que consegui ver antes de tudo virar breu, foi seu nome, estava escrito no calção em negrito e chamando a atenção, era para todo mundo ver, estranho como não tinha percebido antes, seu nome era “Vida”.


Dedicado a Giovane do Medo de criar  e a Hernani dos Guimarães.
 Fugindo um pouco a temática do blog (foda-se a temática, eu posto o que eu quiser!) e também ao meu estilo de escrita, espero que gostem.

domingo, 19 de junho de 2011

Todas as vadias merecem o céu!


    Francisco estava de ressaca, então resolveu descansar entre as aulas de história da áfrica e prática de ensino. Foi na direção de dois bancos que ficavam próximos ao bloco onde estudava.
    Um dos bancos já estava ocupado, eram 3 mulheres do curso de Letras, uma alta, morena e esguia , uma loira um tanto quanto feia, com uma blusa vermelha e por último uma que era claramente religiosa, pois usava uma saia beirando o joelho e o cabelo exageradamente longo, apesar de tudo isso ainda era um tanto quanto bonita, mais bonita que a loira pelo menos. Chico sentou-se no outro banco, que estava vazio, enquanto as 3 moças conversavam, falavam sobre crises amorosas, e do quão bom de cama era um estudante de Filosofia que uma delas tinha trepado.
    O jovem mantinha-se quieto, enquanto esperava algum conhecido passar para poder pedir um cigarro, eram tempos de dureza e em época de pindaíba é melhor investir em álcool já que cigarros são mais fáceis de conseguir. Duas das moças saem na direção da cantina para comprar café, deixam a religiosa para trás. Chico percebe o que era aparentemente um desconforto da senhorita, provavelmente devido ao fato dos dois bancos ficarem um de frente para o outro, logo, era inevitável a troca de olhares frequente e junto deles uma certa vergonha da estudante.
   A universitária usava uma saia branca, e o que de começo parecia constrangimento foi mostrando-se como algo perto de perversão. Enquanto suas amigas estavam presentes, a moça mantinha-se de pernas cruzadas e com uma imagem totalmente pudica, mas curiosamente, após a saída delas, a “religiosa” descruzou suas pernas lentamente e as abriu um pouco, não muito, somente o suficiente para se ver coisas que em tese ela iria querer esconder. Francisco percebeu o ato quase sutil da moça e seu jeito pervertido combinado com a oportunidade fizeram com que ele tentasse olhar a bussa da moça, disfarçadamente ele olha abaixa um pouco sua cabeça como se estivesse só cansado e consegue ver entre as duas pernas vistosas e brancas, uma calcinha preta de renda. O estudante se sente surpreso, esperava algo mais bege e bem menos sensual que aquilo, ele disfarçou, mas teve a impressão de que a moça percebeu sua olhadela.
   Ele estava certo, a jovem de cabelos castanhos e longos tinha notado a atitude do rapaz e ao invés de repreende-lo, ou até mesmo sair dali o que seria normal pra uma “crente”, ela abre mais as pernas, mostrando totalmente a calcinha negra. Chico sente a promiscuidade grandiosa da , como costumam chamar, “crente do cú quente” e sorri, agora o jovem começa a olhar descaradamente para o entremeio das pernas da moça e percebe, quando passa os olhos pela face dela, um sorriso malicioso enquanto ela mexia nos lábios finos e lambidos com seu indicador de forma bem sexy.
   Francisco sente um tesão impressionante, e com sua calça um pouco mais cheia troca de banco, sentando-se ao lado da moça fogosa e sem falar nada coloca sua mão numa das coxas branquelas da mulher, que se recosta no banco mostrando-se bem confortável. Ele aproxima-se do pescoço da jovem e tasca-lhe uma mordida, o rapaz sempre gabava-se por morder mulheres na “medida certa” ou como ele mesmo fala “um pouco de dor, bastante prazer e o melhor, sem marcas!”. A fogosa cristã desconhecida dá um gemido leve, dava para perceber que ela tentava se controlar em vão, pois o som a deixava de forma rasgada, forçada, excitando mais ainda o rapaz, que nessa altura está com uma “paudurecencia” incontrolável e pensa “Que vadia, nunca nem me viu na vida.” e logo em seguida “O mundo precisa de mais destas!”.
    A promíscua jovem curva sua cabeça ao lado contrário das mordidas de Francisco, que sentindo-se livre desce sua mão até o joelho da moça, atingindo a beira de sua saia branca, coloca sua mão por dentro dela e vai subindo pelas tenras e gostosas coxas da garota, sua mão avança cada vez mais e chegando com a ponta dos dedos na calcinha negra da cristã, Chico a sente molhada e puxa sua borda, separando-a da pele da moça, indo com os dedos na direção de sua bussa. Nessa hora ele ouve a libertina moça falando baixinho “cristo!”, ela levanta rapidamente e começa a se distanciar com as pernas bambas, Chico levanta-se com fúria surpreendente e com um facilmente notável volume nas calças vai atrás da jovem.
    -Vadia! Vai me deixar assim?
    -Isso sempre acontece, fico deixando o desejo falar mais alto. Assim vou acabar no inferno!
    -Foda-se o inferno, eu quero meter!!
    Francisco não contenta-se com a resposta da moça e abraça-lhe por trás, de começo a moça mostra certa resistência que some muito rapidamente, ele coloca a mão na sua xoxota por cima desta vez e mexendo nela fala baixinho no ouvido da moça com sua boca encostada nela soltando até alguns respingos de saliva em sua orelha.
    -Qual seu nome?
    -Valéria.
   O som sai como um gemido, não era só chico que estava subindo pelas paredes.
    -Valéria, você acredita no perdão de divino?
    -Claro, creio no poder da piedade do meu senhor!
   Desta vez a moça falava obstinada, com força, mais ainda deixava passar o tesão na sua fala.
    -Então pensa comigo Valéria! Depois é só você se arrepender!
    Francisco vai rápido pelos caminhos de sua universidade com a moça até o banheiro masculino do seu bloco, ambos estavam explodindo, agora a pia daquele lugar tem uma história para contar.
 

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Fumantes não gostam de igrejas!


   Francisco acordou cedo, pela primeira vez em muito tempo. Sua mãe queria vê-lo, e para piorar decidiu levá-lo na missa. Mesmo sabendo que Chico era ateu, Dona Aurora, católica ferrenha, nunca desistia de converter o filho. Ele chega na igreja no horário, achou melhor marcar direto lá pois não gosta de ir na casa de sua mãe, sentou-se na ultima fileira e razoavelmente perto da porta enquanto sua mãe chega e senta ao lado. Trocam-se algumas palavras cotidianas, até que entra o padre anunciando o começo da cerimônia, todos silenciam-se e começa o ritual.
    Alguns minutos de rito vão passando e Chico precisava ir fumar, já não ligava mais para o que sua mãe iria pensar, só queria fumar um cigarro. Passa por um casal atrasado, uma mulher de cabelo vermelho grávida e um homem alto, chega ao lado de fora e vai até a sarjeta. Três riscadas e o isqueiro não acende, o único jeito seria ir até o bar que ficava na esquina e comprar um novo. Chico não queria demorar, comprou logo o isqueiro, saiu e acendeu seu cigarro, ele fuma rápido, e no tempo de chegar novamente a porta da igreja ele termina sua dose horária de fumaça e entra mal humorado na igreja, ele não queria estar ali, e queria que aquilo acabasse logo.
    Francisco senta no banco e diferente do que esperava, sua mãe não falou nada sobre sua saída, porém diferente dela, um fiel, que estava no banco da frente ao dele, irrita-se com a volta do jovem que está cheirando a cigarro.
   -Isso são horas de entrar na igreja rapaz!
    -Você não viu que eu tô aqui faz tempo seu babaca!
    Antes mesmo do senhor falar qualquer coisa, o fumante irritado tasca-lhe um soco na cara, não estava com paciência para aquela chatice toda. Logo ouviam-se os gritos e os empurrões, todos contra Francisco, coisas do tipo “vá embora da casa do senhor!” ou “ maldito pecador” eram ouvidos até do lado de fora da igreja. Mais ele não se importava, o que Chico queria era simplesmente sair dali.
    Sua mãe sai da igreja envergonhada e de cabeça baixa, ela dá um tapa no rosto de Chico.
   -Vira homem rapaz, nunca aparece e quando vem faz dessas! Vou embora, você que vá cuidar da sua vida!
  -Foda-se, só quero dormir!
   Enquanto sua mãe vai embora, Francisco acende outro cigarro, vai até o bar em que havia comprado o isqueiro, pede um dose dupla de conhaque, bebe, dá em cima da garçonete sem muito sucesso e vai para casa dormir, tinha acordado cedo.

sábado, 11 de junho de 2011

Reunião de família.


   Todo fim de ano a mesma coisa, toda a família Miranda se reúne aqui em casa para festejar o natal e o ano novo. Nunca entendi o por que aqui, mais tudo bem, até gosto deles, principalmente dos meus primos e primas, as vezes é bom ter pessoas de fora da cidade e da minha faixa etária dormindo na minha casa.
    A ceia do Natal acabou e alguns parentes foram embora, ficaram apenas um casal de tios e um primo, Roberto, ou Beto como a gente costuma chamar. Nunca fui de ter atração por garotos, mais a proximidade é um fator interessante, logo, ter um dormindo na sua casa pode mudar sua perspectiva do mundo. Ele era mais alto que eu, cabelos lisos e olhos escuros, acho que posso dizer que ele era bonito.
    Percebi que durante o jantar ele me olhava de um jeito diferente, mais não dei atenção, achava que esse lance de primos era besteira e que na verdade ninguém fazia isto. Chegou a hora da televisão, todos assistimos um pouco antes de dormir, era praxe. Eu e Roberto iriamos dormir na sala, pois meu quarto seria usado pelos pais do Beto, todos foram dormir e nós ficamos assistindo TV.
    Alguma conversa ou outra sobre o relacionamento possível entre primos, confirmando a teoria dos olhares, e quando vi ele estava em cima de mim, ele era afoito, quase selvagem, em pouquíssimo tempo já tinha descido meu shorts e baixado a boca em mim. Ao contrário do que pensei de começo, o fato de ser afoito não mostrava ineficácia na cama, pois aquele foi o melhor sexo oral que já recebi de um garoto, dizem que as meninas chupam melhor e estão certos, deve ter algo a ver com as mãos, mão de mulher é muito mais macia, não que eu tenha muita experiencia com sexo oral, mãos ou mulheres. Ele ia me chupando enquanto apertava minhas pernas e a única coisa que conseguia fazer era apertar sua cabeça contra meu corpo e aproveitar entre meio um ou outro gemido baixinho para não acordar o restante da casa.
    Ouvimos um barulho mais falei pra ele continuar, provavelmente era só alguém se mexendo na cama, e eu estava muito bem para parar. Errado. Era minha mãe, levantou coçando a bussa e acendendo um cigarro, estava indo na direção da cozinha, num primeiro momento não reparou em nós, mais antes que pudesse disfarçar qualquer coisa ela me pegou levantando o short e com Beto ajoelhado e limpando a boca na minha frente.
    Ela foi um tanto quanto peculiar olhando com uma cara de leve espanto.
   -Poxa Francisco, poderia pelo menos ter escolhido uma prima né!
   -Todas foram embora.
   Sentei com o short ainda arriado e com minha mãe ao meu lado fumando e falando baixo para não acordar ninguém na casa.
   -Bem, não tem problema, eu já tive fama de que beijava meu irmão, ele era adotivo e só um pouco mais novo, não tinha problema. Só não deixa seu pai não perceber, viado na família já tem demais!
    Ela termina o cigarro, volta pro quarto e terminamos o que tínhamos começado, no dia seguinte eles voltaram para cidade deles e a vida continuou.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Feliz, feliz e feliz!


   Sempre fui uma boa moça. Quando era pequena queria ser professora, professora de história. Fui crescendo e apesar de conhecer e até ter beijado alguns garotos, nunca me interessei muito por eles, tanto que me mantive virgem até chegar na faculdade, e diferente da maioria das garotas, isso não era um problema para mim
Então foi assim, cheguei com 18 anos na universidade, curso de história, virgem, e com uma sede por conhecimento, ou o que até então eu achava ser conhecimento. Um dia conversei com um colega meu, um moço desvairado.
    -Então você nunca bebe Camila?
    -Não. Uma vez eu bebi, mais achei o gosto do vinho forte e minha mãe, que é muito religiosa, pediu pra eu nunca beber, acatei.
   Nesse dia essa conversa me pôs a pensar, percebi que nunca tinha vivido uma grande emoção, nem um grande trauma nem uma grande felicidade. Já havia beijado, mais isso não fora grande coisa, já tinha bebido, mais nunca havia ficado bêbada. Basicamente, reparei que tinha 18 anos era bonita, inteligente e infeliz.
   Resolvi mudar, e como não sabia o que fazer, achei que seria interessante começar tomando um bom porre. Mesmo não bebendo, meus colegas sempre me chamavam para ir ao bar, por educação eu acho, e um dia para a surpresa deles, eu aceitei. Chegamos num bar estranho, um tanto quanto longe da universidade, o bar não tinha nome, ficava numa ladeira com uma fachada preta e grandes janelas na frente que deixavam ver a decoração interna, com paredes também pretas, e umas gravuras pintadas diretamente na parede, adorei uma do Marlon Brando cheirando uma rosa, na verdade fiquei fascinada pelo lugar. As pessoas eram diferentes, pensando bem, acho que já havia visto a maioria do pessoal que estava por ali, só que quando se olha o tipo que frequenta aquele lugar agrupado é de se impressionar, aquele colega que falei a pouco, seu nome era Francisco, ele chamava aquela galera de “underground” e acho que ele meio que se encaixava nesse grupo também.
   Nós sentamos numa mesa, a maioria das pessoas ali estavam fumando. Apesar de já ter visto Chico fumando, achei muito bonito o modo como ele colocou o cigarro na boca e ,usando seu isqueiro de filme americano, acendeu-o, parecia até outra pessoa. Então começamos a beber, como não tinha experiência, deixei que escolhessem a minha bebida. Pediram duas cervejas e copos para todos, bebi e apesar do gosto levemente amargo, apreciei o sabor. Depois de um tempo nem achava mais amarga, interessante o modo como o álcool seduz.
    Bebemos um pouco e eu percebi estar mais falante, mais promíscua e mais alegre que o normal. Estava solta a ponto de dar um selinho em uma amiga quando o assunto da mesa era homossexualismo e de falar pro Francisco que ele ficava bonito fumando, lembro-me até hoje que depois de falar isso fiquei vermelha, só não sei se foi pela vergonha ou pelo álcool, me sentia uma tola menina virgem, e realmente era.
Continuei a beber e adoraria falar mais sobre a noite, porém, não lembro de muito do que aconteceu o resto do tempo, a única coisa que consigo me lembrar depois que o álcool estava forte em mim era do Chico levando-me até o banheiro do meu AP, deixando-me lá dentro e mandando que eu tomasse um bom banho ecolocasse uma roupa de dormir enquanto ele ia fazer um café. Não consegui beber o café, então ele me colocou na cama e com um ar suave mandou-me dormir com os anjos e relaxar, pois ele não tinha visto nem feito nada que pudesse me deixar envergonhada no futuro.
    Acordei com a pior dor de cabeça da minha vida, e junto dela uma alegria e ao mesmo tempo um pouco de arrependimento, arrependimento que passou logo que cheguei na minha sala de aula e vi os comentários sobre a noite anterior. Elogiavam-me falando que aguentei beber mais que uns calouros marmanjos. Então constatei algo, tinha bebido do copo de Dionísio, e adivinha, eu gostei, e gostei muito. Esse foi um dos grandes passos para me tornar feliz, tornar-me uma beberrona de primeira.
    A vida continuou, porém, os dias pareciam mais belos para mim, virei figurinha carimbada no bar sem nome. Agora eu era um pouco mais feliz, porém, se antes o fato de ser virgem não me incomodava, agora parecia-me uma tortura. Eu pensava “se beber é tão bom assim, transar deve ser tocar o paraíso, do qual eu acreditava cada vez menos na existência.
    Resolvi transar, na verdade meu corpo pedia por isso. Achei que Francisco era o candidato perfeito. Chamei-o para sair, acho que ele era fácil e que percebeu o que eu queria, pois aceitou sem nem pensar. Como não podia ser diferente fomos ao bar sem nome, eu pedi uma cerveja ao garçom, mais antes que ele saísse de perto de nós, Chico pede para cancelar e trazer duas doses de conhaque, não questionei mais mesmo assim ele me olhou e fez um rosto de “pode confiar em mim”. Ele foi no balcão, onde havia um DVD que tocava os sons que os frequentadores escolhiam, e colocou um CD, o nome da banda era She Wants Revenge e enquanto esse som um pouco estranho, mais que me dava um certo calor no colo tocava, as doses chegaram e começamos a conversar.
   -Por que conhaque Chico?
   -Por que lembro que você não curte o gosto de vinho e eu estava querendo beber algo mais … romântico que cerveja.
   -Eu gosto de cerveja.
   -Eu também, mais cada bebida, cada droga, cada música tem sua hora de aparecer.
    No começo, o conhaque ardia na minha boca, mais dando alguns goles comecei a perceber que ardia no começo, mais se você deixasse um pouco na boca, aguentando a ardência, era bem saboroso.
   -Francisco Miranda, o senhor se parece com conhaque!
   -Oh? Por que?
   -Nos primeiros goles, a gente te sente ardido, quase machucado com sua presença, porém, depois que acostuma-se contigo, sente-se um sabor incrível.
    Chico sorriu, chegou mais perto e começou a falar de modo mais manso.
  - Obrigado, devo dizer que a mim, você lembra cerveja.
   -Sério, eu gosto de cerveja. Por que te lembro cerveja?
    Francisco chegou mais perto ainda, a ponto de pegar em minha mão, apesar de ser fácil e até um pouco gordinho, depois de uma dose de conhaque ele parecia-me um belo conquistador.
   -Simples. Você parece um tanto quanto sem graça de começo. Mais é só deixar que você se mostre e conquiste que vira algo gostoso, leve, que se quer sempre mais e que mexe bastante com a cabeça se deixar.
   Ele foi falando chegando cada vez mais perto e beijou-me no fim da frase. Não cabe falar aqui, como foi, mais naquela noite transamos de modo maravilhoso. Na manhã seguinte, acordei suada, suja de sangue e com uma dor fatigante entremeio as pernas, porém, com felicidade tamanha, que não parava de sorrir, era o que minhas amigas andavam chamando de ser “bem comida”. Cheguei a uma conclusão, deitei na cama de Afrodite e não só gostei, eu amei, glorifiquei a coisa toda, fiquei maravilhada.
    Francisco levantou antes de mim e fez-me um café da manhã bem bacana, enquanto fumava um baseado do qual eu fumei um pouco depois. Ele me disse que queria me apresentar um modo novo e mais condizente comigo, segundo ele, de sexo. Fiquei surpresa, mais confiava nele e como as novidades estavam todas sendo boas, porque negar?
   Nos encontramos a noite, junto dele estava uma moça, Marina, uma moça bonita das coxas grossas e com lindos olhos verde-jade, achei de começo que era só uma amiga dele, depois descobri que fazia parte da surpresa.
   No seu apartamento ficamos conversando e Chico dava atenção igual as duas, porém, uma hora ele falou algo no ouvido da moça e tascou-lhe um beijo de língua, senti-me ofendida e quando fui pegar meu rumo, achando que ele estava de brincadeira de mal gosto comigo, a moça agarra-me o braço de um jeito bem excitante, desce para minha mão e me beija, fiquei sem reação, e o jovem que trouxera a deliciosa Marina entra em cena e temos um beijo a três, adorei aquilo de modo espantoso. Somente nessa hora percebi qual era a surpresa de Chico, e que ele adivinhara que eu gostava de muito mais coisa do que eu mesma pensava.
   -Desde que te vi beijando aquela guria lá no bar, sabia que tu era bi!
   -Ele tem razão Camilinha, pra um primeiro beijo homossexual você estava beem libertina!
   Marina beijou-me novamente, outra noite de sexo maravilhoso seguiu-se, dessa vez a 3 e com uma mulher, parecia que o propósito de vida dos dois era me fazer sentir prazer, e eles foram muito felizes nisso.
   Olhe só, novamente deitada na cama de Afrodite e dessa vez com a vadia lá! Foi assim, virei uma libertina, e como Chico entendia mais da minha sexualidade do que eu mesma, ele me deixou solta, trepávamos esporadicamente e era sempre ótimo. Como disse, virei uma libertina, uma promíscua, quase ninfomaníaca, passei a transar com parecesse valer a pena, homem, mulher, o que pudesse me deixar feliz.
   Não lembro bem como cheguei ao que sou hoje, mais acho que devo ter percebido que era ninfomaníaca e que não havia mal algum em ganhar dinheiro com isso. Hoje em dia sou uma das prostitutas (e digo prostituta e não garota de programa exatamente por gostar do termo, me fascina) mais bem pagas da cidade, tanto por homens como por mulheres. Minha mãe acha que sou professora, mais tá tudo bem, pois me formei com louvores, tenho um lindo diploma para mostrar. Com a grana que ganho trepando, consigo não ficar menos do que 80 % do dia bêbada e sou provavelmente a mulher mais feliz do mundo.





Não creio que o texto tenha ficado muito bom, mais resolvi postar mesmo assim. Espero que escrever em gênero diferente não tenha deixado o texto ridículo. Escrito durante aulas e pensando em alguem.

sábado, 4 de junho de 2011

Simples assim.

- Eu tive uma namorada que amei muito.
- Oh!
- Ela era uma maconheira de primeira, mais tinha ódio por cocaína, nunca me contou o por que, talvez fosse só preconceito.
- Que coisa, não?
- É, um dia ela me fez prometer que nunca mais iria cheirar.
- Que você fez?
- Prometi que nunca mais cheiraria uma carreira.
- Então?
- Hoje faço montinhos.