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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Macho Alfa.

   Eram tempos difíceis, meu pai havia morrido a pouco tempo, e minha mãe que estava quase depressiva não ajudava muito, vivia me pedindo coisas, tudo o que não estava nas suas mãos ela tinha que pedir para mim, parecia que tinha perdido a habilidade de se movimentar. Era Francisco de cá, Chico de lá, e lá ia eu, um moleque de 16 anos, com mania de se irritar fácil fazer o que ela pedia, normalmente executava as tarefas usando meus resmungos como som de fundo.
    Todos estavam fodidos, minha mãe só fazia trabalhar e chorar pela descoberta de uma filha bastarda de meu pai, para mim era época de vestibular e junto das varias afirmações de que eu não iria passar, pois ninguém na minha família tinha o feito antes, eu estava com uma forte crise de identidade que se resumia em uma vontade absurda de correr o mais longe que conseguisse para nunca mais voltar, meu irmão acabara de se separar da mulher, havia sido pego em um adultério e voltara a morar em casa, brigávamos constantemente, ele era mais velho e eu pensava que mais forte, quando discutíamos ele sempre me provocava, ele queria que eu tentasse bater nele, pois, ele adoraria me dar uma surra e não levar culpa nenhuma, eu sempre me acovardava e não partia para cima dele perante seus desafios.
    Domingo a tarde, normalmente tedioso, estava há umas duas horas no computador, estava lendo coisas sobre baseados, era um iniciante na época e queria aprender tudo sobre, via também as receitas de alguns drinks bons para fazer para amigos, bebia bastante para um rapaz de 16 anos, era barman de uma balada conhecida na cidade, gostaria que isso não ficasse só como profissão, aprendi muita coisa que usei socialmente depois, até hoje faço uma ótima caipirinha, “Normalmente todos falam que fazem a melhor caipira do mundo, pena que só eu estou certo!” eu costumava dizer para meus amigos que aproveitavam-se do meu gosto pela preparação do drink típico brasileiro.
   O computador ficava no quarto em que meu irmão dormia, mas que era meu por usucapião, ele chegou em casa do trabalho, eu estava irritado, na época estava sempre irritado, ele pediu para que eu saísse pois ele gostaria de usar o quarto, não tive paciência e mandei-o a merda, “Quem mora de favor não tem quarto!” eu disse enquanto fingia que estava lendo o texto na tela.
    Levei um bom soco na cara, mas dessa vez algo acendeu em mim e não me acovardei, talvez o soco não tenha sido tão bom assim. Levantei e revidei o soco de forma adequada, ele aguentou a porrada e me empurrou contra a parede, trocamos mais alguns murros e talvez uns chutes a esmo, eu começara a virar o jogo, consegui mudar a posição da luta a ponto de empurrá-lo contra a parede do mesmo modo que ele fizera comigo, mas diferente dele, pressionei-o contra ela e soquei-lhe os rins. Ele se livrou de mim, afastou-se e começou a esbravejar:
   - Você é foda mesmo, acha que só por que pesa mais e anda ficando fortinho pode ficar desrespeitando os mais velhos!
   - Não acho que posso ficar desrespeitando os mais velhos, só não vou com sua cara e com seu jeito folgado!
   Júnior, meu irmão, tinha um emprego interessante, ele era segurança, e como tal tinha todos os apetrechos e equipamentos que um bom guarda teria, penso às vezes que ele achava-se o Batman com seu cinto de utilidades. Ele pegou uma tonfa de borracha e batendo-a no lugar de passar as roupas me ameaçou.
   -Vamo ver se você é realmente forte!
   - É fácil com essa coisa na mão, duvido que você seja homem de enfrentar só no braço.
   Ele o fez, ao soltar o cassetete na mesa de passar roupas fui correndo contra ele e empurrei-o com força na direção da cama da minha mãe, ela não estava em casa, acho que estava visitando umas amigas, não me lembro direito, como disse era um iniciante na arte da cannabis. Ele me chutou enquanto estava deitado fazendo com que eu batesse contra a parede, não me abalei, era questão de orgulho, eu nunca havia me revoltado, já que estava o fazendo, que o fizesse de maneira correta, fui novamente para cima dele, que já havia levantado, derrubei-o de novo, e dessa vez com mais força, eu estava no meu ápice e estava sentindo isso. Consegui subir em cima de seu peito enquanto ele me batia. Uma vez em cima, segurei seus braços com meus joelhos, ele me olhou com raiva e tentou reagir em vão, eu tive a chance de socá-lo na cara para ele nunca mais esquecer, não o fiz, isso poderia me dar chateação no futuro e mesmo que não gostasse dele sabia que ia ver a cara dele todo dia por muito tempo ainda, mesmo quando algo acendeu dentro de mim, mantive-me frio como sou normalmente, não valia a pena bater forte e repetidamente na cara dele mesmo diante do prazer de vê-lo marcado durante um com tempo. Voltei para o computador e ele saiu de casa.
    Agora eu era o macho alfa, eu havia humilhado alguém que normalmente me batia, me senti um leão, queria que todos ouvissem-me rugir, isso durou pouco. Fiquei estranho depois de um tempo, foi quando percebi que mesmo sendo o macho alfa da casa, não havia conseguido o que queria, e nem com o maior rugido do mundo seria possível acontecer, eu queria o respeito do antigo macho dominante. Eu tinha um objetivo e ele havia sido impossibilitado, nunca iria conseguir lutar contra meu maior inimigo, alguém já o tinha derrotado, de um jeito a derrubar até mesmo minhas expectativas da vida.
    Em algum tempo a sensação de poder acabou e a única coisa que sobrou foi a angústia de ter um objetivo que não pode ser cumprido e que não é pela falta de coragem. Estava precisando de um bauro, sentei-me novamente no computador e achei a receita de piña colada, fiz no outro dia numa roda de amigos, consegui ficar bem bêbado.

domingo, 10 de julho de 2011

Esfomeados são sentimentais.

    Acordei faminto, já eram cinco e meia e era domingo, aguentando a fome que começava a me dar dores no estômago, eu fiquei um pouco no computador, queria ver se uma moça pela qual tenho carinho havia me deixado algum recado, não deixou.
   Fui fazer algo para comer, coloquei ovos numa panela com água e liguei o fogo, enquanto os ovos cozinhavam comecei a picar batatas para fritar. Piquei algumas e, quando fui ligar uma boca para a frigideira, vi que o gás havia acabado. Irritado e faminto, joguei com força o prato com as batatas na parede, cacos de porcelana e batatas se espalharam por meia cozinha, fui para o quarto e acendi um baseado. Terminei de fumar, peguei minha carteira e coloquei minha velha camiseta com o olho de Horus e em letras grandes “História UEM”, sai na direção da padaria mais próxima.
    Andei algum tempo, dobrei a esquina e vi que a padaria que pretendia ir estava fechada. Continuei subindo a rua, “deve ter alguma merda aberta” pensei.
    Enquanto andava olho numa rua sem saída, um grupo de crianças brincando e com elas um senhor idoso, eles jogavam amarelinha e todos estavam rindo muito, o senhor era vô de uma parte das crianças e estava sendo o centro das atenções, “isso é bom que faz exercício!” gritava o velho enquanto pedia o que deveria fazer no jogo. Olhei para a cena e achei-a bela, cheguei a me acalmar um pouco, eu, que sempre penso sobre a personalidade das pessoas, fiquei pensando em como deveria ter sido a vida daquele senhor e por pouco tempo, uma admiração sincera surgiu, ele parecia tão despreocupado, tão feliz, tão vivo, tão diferente de mim. Percebi um sorriso em meu rosto e continuei a andar, algumas quadras a frente achei uma cabine de Cachorrão, o prato típico do maringaense. 
   Pedi dois lanches para viajem, sentei para esperar e vi dois homens conversando, um deles também tinha pedido dois lanches, quando questionado do por que pelo amigo, respondeu que tinha certeza que no futuro ia dar umas bolas num baseado e a larica ia bater. Ri alto e concordei, eles riram também, pensei em pedir um pouco de baseado, mas desisti da ideia rápido. Os dois continuaram conversando e o mesmo que pediu dois lanches falava que em setembro ia morar em Florianópolis, coisa comum por aqui, uma espécie de “american dream” do interior do Paraná, fiquei quieto.
    Um rapaz que parecia louco estava conversando com o chapeiro, “vou te falar o pior defeito dos homens Seu Tonho, a esperança, isso é que fode com tudo!” falou enquanto ria de leve. Olhei para ele, sorri, virei-me e percebi que concordava plenamente com ele, fiquei achando que ele poderia ser um gênio ou algo assim, sensação que sumiu assim que ele disse que ia ir no cemitério arranjar uma garganta nova por que a dele estava estragada de tanto beber coca congelada.
   Meus lanches ficaram prontos, ele não tinha Coca-Cola de dois litros, pedi duas cocas de um litro, saíram-me bem mais caras do que se fosse uma de dois litros, elogiei a malandragem do dono do lugar e fui-me embora. Percebi que três igrejas, que ficavam na mesma rua estavam sendo abertas e alguns imbecis, ou cristãos como costumam chamar, estavam passando, para mim aquilo parecia uma feira onde cada pastor oferecia seus serviços divinos e os idiotas entregavam todo seu dinheiro, olhei para um homem com uma bíblia e imaginei ele gritando “ Só hoje minha senhora, entrada no céu por apenas 199 e 95! Moça bonita não paga, mas também não leva!”, ri e depois de andar algumas quadras cheguei em casa.
   Comi um lanche e bebi uma das cocas, guardei o resto para mais tarde, ia precisar já que não tinha como cozinhar. Fui para o quarto, sentei-me na frente do computador, queria ver se uma moça pela qual eu tenho muito carinho, e um bocado de tesão também, tinha me deixado algum recado, não deixou.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A anciã promíscua.


    “Na minha época essas coisas de sexo eram diferentes” - dizia Dona Laura enquanto servia o chá para Guilherme. Laura, 64 anos, ex-atriz e viúva há vários anos, morava com a filha Isabela e seus dois netos, Alice e Cláudio. Guilherme tinha 17, era amigo do neto mais velho da idosa e o esperava sair do banho e terminar de se arrumar para irem a uma festa juntos. O rapaz era extrovertido então, apesar de nunca ter ido até aquela casa, conversava simpaticamente com a senhora. Laura para deixar o rapaz mais a vontade ainda, puxava conversas sobre assuntos que interessam a jovens, como sexo.
   -É como estou te dizendo menino, as moças de hoje em dia tem muito mais sorte do que eu tive e nem ao menos sabem ou aproveitam isso! 
   - Disso não sabia, achava que os antigos sempre faziam, qualquer coisa que seja, de modo melhor que hoje em dia. 
   -Faziam bosta! Antigamente os homens eram egoístas, pensavam só neles mesmos e no próprio prazer. Não que hoje seja muito diferente, mas agora vocês tem obrigação de serem bons de cama! 
    Oh? É um pouco estranho falar de sexo com a senhora. 
  - Relaxe menino, sou mulher vivida, já até enterrei um marido. Conheço bem o mundo e também a juventude, pode ficar tranquilo.
   - Não tenho dúvidas quanto a isto, só que a senhora é vó de um amigo meu, isso me soa estranho.   
   - Não estamos fazendo sexo, estamos falando sobre, menino, você tem conversas mais pesadas que esta na escola. 
   - Verdade. 
   - Como eu ia dizendo, os homens só pensavam em gozar, nem chupar xoxota eles chupavam!  
   - Triste, não? 
   - Pois é, homens que chupavam xoxota eram raros na minha época. Mais me diga menino, você chupa xoxotas? 
   - Claro! É obrigação. 
   - E você gosta de chupar? 
   - Creio que sim.
   A senhora salta para o lado do rapaz, e coloca as mãos nas suas coxas. O jovem sentiu-se intimidado, mas ao mesmo tempo até um pouco excitado, parecia que aquela senhora idosa sabia bem como excitar um adolescente. O rapaz não conseguiu mover-se, parecia que Laura tinha um poder, ela subiu a mão pela coxa do rapaz chegando a passar a mão por cima do seu zíper, ela sentiu que o volume da calça aumentava e sorria. O jovem parecia incomodado, enojado e ao mesmo tempo gostando um pouco. No fundo podia-se ver que Laura havia sido uma bela mulher no passado.
   - Responda menino, você vai chupar a minha xoxota?
   - Não sei não, a senhora já é . A voz do jovem saia baixa e envergonhada, talvez até enojada, ele até tentava de leve afastar a senhora, sem sucesso, ela ignorava as mãos do garoto.
    Laura ergue seu vestido branco com pequenas flores amarelas por todo o tecido e enquanto se levanta na frente do jovem abaixa uma calcinha de renda vermelha, parecia ser de uma marca boa. Uma vez em pé, Dona Laura, ou Laurinha como era conhecida nos tempos de TV, puxa a cabeça do jovem Guilherme até encostar em sua pele enrugada, o jovem apenas retira sua língua para fora. A velha fica a balançar a cabeça do rapaz e a soltar alguns gemidos enquanto Guilherme começa a sentir-se muito enojado e enjoado, ele consegue sentir um cheiro forte vindo da xoxota da mulher, parecendo que ela não tomava um banho há dias. Cláudio enquanto desce as escadas vê a cena e com uma cara de quem já viu aquilo antes grita furiosamente.
    - Porra !! Desde que eu tenho 12 não posso trazer um amigo nessa casa que você tenta transar com ele! Que que eu faço com você sua velha!?
    Ouvindo os gritos de seu neto, Laura solta a cabeça de Guilherme que vira na mesma hora seu rosto para o lado e vomita no lado do sofá. A senhora abaixa seu vestido, levanta sua calcinha e sai rapidamente na direção de seu quarto, ainda assim um sorriso largo de satisfação não saia da face da anciã promíscua. Cláudio faz sinal para que Guilherme levante-se e vai indo na direção da porta com um semblante irritado, mas nada mortal.
   - Isso acontece direto, sempre tem um idiota para cair no papo furado da velha! Seu otário!
    Guilherme lava a boca e o tênis numa torneira do lado de fora da casa e vai com Cláudio para a festa. Ambos conseguem agarrar-se com moças, Guilherme transa no carro com a sua, Cláudio por azar achou uma virgem (que queria manter-se assim). Eles deixam o vômito para Laura limpar, que o faz escutando seu disco do Wando e com um grande sorriso no rosto.
 
 
Até eu mesmo ando me assustando com minhas idéias, mas não creio que esteja pesado demais. Escrito num devaneio.